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    ELEGÂNCIA, ALEGRIA, SABEDORIA, COOPERAÇÃO

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    O SEU PAPEL NO MUNDO. SEUS DONS. SEUS DESAFIOS. SUA MISSÃO.

Baseado no I Ching, você faz uma pergunta, joga as moedas, e consulta o texto. Processo projetivo de tomada de decisões, visando superar desafios e melhorar a qualidade de vida.

58 ALEGRIA

código: cacoco-cacoco-cacaco-cacoco-cacoco-cacaco
É hora de dedicar-se e mover-se naquilo que lhe traz alegria, e assim
percorrer o caminho certo.

“Quem ri por último ri melhor.” (05)
“Com bananas e bolos enganam-se os tolos.” (05)
“O sorriso vê-se nos olhos.”

O CONTADOR DE ESTÓRIAS
Vendo um pequeno grupo de crianças pobres, descalças,
que brincavam alegremente com suas bolinhas de vidro,
enquanto se protegiam da garoa fina e gelada que caia
sobre as ruas do povoado, o Mestre comentou com o discípulo
ao seu lado:
— Eis um grande tesouro a ser descoberto por cada
um: o segredo desse sorriso vibrante das crianças, para
quem coisas muito simples já são motivo de grande alegria,
fazendo-as esquecerem-se dos problemas.
Aos poucos, o Mestre e o discípulo foram-se aproximando
das crianças, começaram a provocar uma conversa... e
logo já estavam de cócoras, integrados à brincadeira. Era
surpreendente ver como o Mestre se envolvia para valer
na brincadeira, gargalhando e comemorando cada ponto
conquistado com o seu parceiro de pouco mais de cinco anos
de idade!
Tratava-se de crianças que moravam na rua, feito mendigos,
náufragos de famílias desestruturadas pela miséria.
— O riso daqueles que se apóiam na dor e miséria
alheia, não passa de um tremor débil e delirante, fruto da
ambição! — dissera certa vez o Mestre numa reunião onde
estavam presentes alguns governantes. — Mas o sorriso
feliz, como o de uma criança, só ocupará o semblante daqueles
que se comprazem em fazer os outros felizes.
Já no alojamento comunitário, para onde o Mestre
havia encaminhado aquelas crianças, muitos voluntários
se realizavam em poder dar assistência e resgatar um lar
para meninos e meninas carentes. O clima ali era sempre
alegre: crianças brincando na areia, adolescentes ensaiando
passos de dança, voluntários conversando animadamente
enquanto preparavam a comida. E, a propósito, uma
das contribuições do Mestre a esta comunidade era vir regularmente
contar estórias para as crianças pequenas,
antes de se recolherem. Para tanto, muitas vezes, se reuniam
em torno da fogueira:
— Era uma vez uma... — provocou ele uma participação
dos seus pequenos e atentos ouvintes.
— Uma pedra! — completou uma menina de olhos vivos
e faiscantes.
— Isso mesmo. Era uma vez uma pedra pequenina
chamada...
— Pedrita! — adiantou-se um garoto, ouvinte compenetrado,
de ar inteligente.
— Sim, Pedrita. Pedrita vivia sob as águas frias de
um riacho. E lá as pedras não faziam nada, ficavam sempre
paradas no mesmo lugar, vendo sempre as mesmas
coisas. Mas Pedrita era diferente, era alegre e sonhadora:
vivia imaginando um jeito de subir à superfície e conhe249
cer o que tinha lá. Muitas de suas colegas até zombavam,
outras zangavam-se, especialmente quando revelava que
o seu sonho era um dia voar! — “Ficou louca?! “— diziam
indignadas.
Enquanto as outras rochas eram frias, Pedrita, que
tinha uma cor bem avermelhada, era surpreendentemente
quente! Ninguém sabia o porquê disso, mas todos adoravam
ficar perto dela, pois o seu calor se espalhava.
— Eu acho que Pedrita tinha uma brasa dentro dela
— palpitou o caçula da turma, entre os risos dos demais.
— Ora, isto faz sentido! De fato, Pedrita ainda se lembrava
que fora uma larva quente de um vulcão, que voara
pelos ares numa explosão magnífica! Então caíra ali e tornara-
se uma rocha. Mas as outras pedras que eram frias,
não se lembravam mais de onde vinham, nem para onde
iam, e por isso se contentavam em não fazer nada. “ Uma
pedra voando, que absurdo! Onde já se viu isso?!” - irritavam-
se.
Mas certo dia - prosseguiu o Mestre diante de sua platéia
absorta na fantasia - um menino, que ajudava o seu
pai a garimpar, peneirando a areia do fundo do riacho,
acabou encontrando Pedrita. Achou-a tão bonita e especial
que resolveu ficar com ela. Elegeu-a como a sua “pedra
da sorte”.
Como gostava muito de empinar pipas coloridas, que
ele mesmo construía cuidadosamente, resolveu fazer uma
- vejam só! - onde colocaria a sua “pedra da sorte”! Assim
poderia escrever os seus sonhos e desejos em pedaços de
papel, os quais prenderia na linha por um pequeno furo,
para que fossem subindo até a pipa, no alto dos céus, levados
pelo vento. Era como um ritual, que tinha aprendido
com os outros garotos, que garantiria a realização dos seus
sonhos.
Chegando mais perto das crianças, concluiu o Mestre:
— E imaginem a alegria de Pedrita quando estava
planando no espaço aberto! Foi tão grande a sua emoção,
que começou a esquentar, cada vez mais. Até que se transformou
numa chama, uma luz intensa! A partir daí, ninguém
viu mais nada. Apenas a linha que prendia a pipa
soltou-se. Nenhum sinal da pipa ou da pedra! Nada! Mas
o menino diz que sua pedra se transformou num pássaro,
pois, justamente depois daquele dia, surgiu um lindo pássaro
avermelhado por ali, que encantava a todos com o
seu canto alegre e o seu vôo ágil.

Aquele que tem o espírito elevado é naturalmente
alegre, pois vive em harmonia consigo
mesmo e com as forças que regem o Universo.

CONSIDERAÇÕES
- Procurar alegria no que faz e fazer o que lhe dá alegria.
Esta é uma norma simples e de grande valor.
- O seu sorriso sincero e as suas palavras alegres têm
um poder terapêutico sobre os que o cercam e sobre você
mesmo.
- Não permita que os problemas e as adversidades roubem
o seu sorriso. É preciso manter o espaço em sua vida
para o lazer, para a diversão junto aos amigos e à família,
pois é justamente daí que surgirão a alegria e a força que
você precisa para vencer.
- Alegre-se pelas coisas maravilhosas e simples que
você já possui, em vez de consumir-se na excitação e ansiedade
pelo que ainda busca.
- Quem alardeia vitórias antes de alcançá-las não é
alegre, mas ansioso e tolo.
- Alegrar-se por conquistas mesquinhas, que causam
prejuízo aos outros, só demonstra o quão distante tal pessoa
está de conhecer a verdadeira alegria.

*A alegria convive com a dor, assim como o lindo pôrdo-
sol, ou a aurora, possui um pouco de encanto e tristeza,
uma mistura de luz e trevas.

*A alegria é como a luz do sol radiante que adentra a
sua casa, revelando as cores e o brilho de tudo, eliminando
o mofo e os fantasmas que povoam a escuridão. Mas é
preciso que você se disponha a abrir a janela.

O CORREDOR
Todos os dias um rapaz costuma correr pelas ruas da
cidade onde mora, para exercitar-se, pois pretende participar
da próxima maratona, nos festejos de final de ano.
E chama a atenção de todos a alegria com que ele faz
o seu treino: sem parar, vai cumprimentando as pessoas
que encontra pelo caminho, com um sorriso amplo no rosto.
Seus movimentos são leves, expressando o prazer que
essa atividade lhe dá. Vez ou outra, solta gritos breves e
vibrantes, cantarola alguma coisa... Por tudo isso, a sua
passagem é sempre reverenciada com muita simpatia por
todos.
No dia da maratona, chegando em primeiro lugar ou
não, será mais um dia de muita alegria para ele e para os
muitos torcedores que cativou.

— A alegria de vencer deve acompanhá-lo ao longo de
todo o seu caminho e não apenas na chegada final. Assim
ela o alimenta para uma dedicação contínua.
 
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