• O CAMINHO

    O LIVRO DAS BUSCAS

  • O CAMINHO

    TRANSFORMAÇÕES, ESCOLHAS, GANHOS, PERDAS

  • O CAMINHO

    DETERMINAÇÃO, INTEGRIDADE. NECESSIDADES, OBJETIVOS, SONHOS.

  • O CAMINHO

    ELEGÂNCIA, ALEGRIA, SABEDORIA, COOPERAÇÃO

  • O CAMINHO

    O SEU PAPEL NO MUNDO. SEUS DONS. SEUS DESAFIOS. SUA MISSÃO.

Baseado no I Ching, você faz uma pergunta, joga as moedas, e consulta o texto. Processo projetivo de tomada de decisões, visando superar desafios e melhorar a qualidade de vida.

17 OBEDIÊNCIA

código: cacoco-cacaco-cacaco-cacoco-cacoco-cacaco
É hora de obedecer o fluxo, sem colocar resistência.

“Não dê murros em ponta de faca!” (05)
“Dance conforme a música!” (05)
“Em terra de sapo, de cócoras com eles!” (05)
“Quem cala, consente!” (05)
“Ande com os bons, e você será um deles. Ande
com os maus, e será pior que eles.” (05)

A SABEDORIA DO ANCIÃO
— Eles mandaram uma mensagem propondo que desocupemos
as terras que invadimos, e só então libertarão
nossos irmãos prisioneiros - disse o mensageiro ao conselho
de guerra da tribo.
— Isso nunca! — rebateu vigorosamente um dos guerreiros.
- Se desocuparmos essas terras, certamente eles seguirão
adiante com seus planos de dominação. Eles estão
mentindo!
Todos prontamente concordaram em não se retirar, salvo
um dos anciões, que disse com voz rouca mas vigorosa:
— Escutem-me! O inverno rigoroso logo estará chegando,
e castigará nossos amigos acampados nas montanhas,
nas terras invadidas. Ficará cada vez mais difícil
provê-los de alimentos. Melhor que saiam de lá, e aprovei91
temos para dar um voto de confiança aos nossos adversários.
Se dizem que querem conversar, vamos conversar! E
vamos exigir, então, aquilo que precisamos para uma conversa
eficaz: a formação de um conselho soberano das nações.
Só então seremos ouvidos como cidadãos e não como
bandidos.
— Este ancião é muito sábio - comentou o Mestre sobre
este fato. - Pois a teimosia só conduz a repetir confrontos
inúteis com os mesmos obstáculos, enquanto que a persistência
procura pelo fluxo mais favorável em direção ao
objetivo.

Aquele que tem o espírito elevado sujeita-se
à vontade do Universo.

CONSIDERAÇÕES
- A sua obediência não pode ser cega, nem produzida
pelo medo ou comodismo. Que ela seja uma adesão a tudo
aquilo que corresponda ao que é bom, justo e verdadeiro,
segundo o seu mais sincero julgamento.
- Não aceite ídolos para seguir, pois eles o iludem que
você nada pode por si mesmo. Aceite, sim, líderes que lhe
dêem exemplos dignos de serem seguidos, e que lhe despertem
os seus verdadeiros sonhos e o seu potencial.
- As coisas são o que são. Sujeite-se à realidade dos
fatos e à verdade pura e simples.
- Você é responsável pelas causas e valores que você
defende com as suas palavras, ações e, inclusive, omissões.
- Quando a confusão dominar, não hesite em procurar
orientação de alguém mais sábio e experiente.
- Quem quer concordar com todos perde-se de si mesmo.

O CAMINHO DO MOSTEIRO
O caminho que passava perto de um antigo mosteiro
surpreendia a todos com a beleza dos seus canteiros de flo92
res, mantidos pelos monges, e estendiam-se ao longo das
margens, como um tapete colorido.
Certa vez passou por ali um mercador com o seu carro
repleto de bugigangas, alimentos e especiarias diversas.
Numa parada para oferecer seus produtos a um camponês,
comentou:
— Que sorte desses monges! Eles estão mesmo perto
do paraíso!
Entretanto, ao seguir adiante, displicentemente largou
pelo chão alguns restos de embalagens.
Logo mais, numa subida bastante íngreme, ele resolveu
fazer um atalho por dentro das plantações dos monges.
— Afinal — disse para si mesmo — com cuidado as
rodas do carro só atingirão algumas poucas plantas.
E, assim, conseguiu ganhar uma certa vantagem de
tempo.
Mas ainda precisava correr para chegar num outro
cliente antes que fechasse. E, na pressa, por muito pouco
não caiu num pequeno mas perigoso buraco na estrada,
que não percebera.
— Que sorte! — exclamou aliviado.
E foi embora, sem tomar qualquer providência.
Após alguns dias, o mercador estava de volta por aquela
estrada. E novamente foi surpreendido pelo mesmo buraco;
só que, agora, bem aumentado pela ação das enxurradas.
Como ele, os outros viajantes que por ali passaram
nada fizeram, nem sinalizaram o buraco.
“ — Quem vier depois de mim, que tenha sorte!” —
pensaram eles.
Mas desta vez o mercador perdeu o controle do carro e
avariou seriamente uma das rodas. O acidente poderia ter
sido muito grave. Enfim, após algumas horas, conseguiu
trocar a roda e retirar o carro do buraco, contando com a
ajuda de camponeses que trabalhavam ali por perto.
— Realmente, hoje não é o meu dia de sorte! — resmungou
ele, já retomando viagem.
Ao passar por aquele lugar onde, na vinda, fizera um
atalho, reparou que muitos resolveram fazer o mesmo, destruindo
quase que por completo aquele trecho da plantação.
— Esse pessoal não tem mesmo cuidado! — reprovou
balançando a cabeça.
E, por fim, vendo tanto lixo e entulho jogado à margem
da estrada, onde há pouco tempo só existiam as flores,
exclamou:
— Mas o que foi que fizeram por aqui?!
Reconhecendo entre os entulhos, contudo, algumas de
suas próprias embalagens, ele percebeu que aquilo que deixara
jogado pelo chão tinha servido de exemplo. Assim,
muitos acharam que não havia nada demais em também
jogarem “só mais um pouco” do seu lixo.

— Tenha muito cuidado com o que faz ou deixa de fazer.
Saiba que você está sendo copiado, está influenciando
muitas pessoas.

* Como a mulher que, ao saber que está grávida, enchese
de alegria e já ama o filho que traz no ventre, da mesma
forma aceite a missão que a vida lhe confia.

O PRISIONEIRO
Por ocasião de uma grande festa religiosa, o rei resolveu
conceder o perdão a um prisioneiro que havia cometido
um furto. Como a prisão localizava-se numa ilha longínqua,
mandou oferecer ao prisioneiro dois barcos: em um
foi colocado um baú de ouro e no outro, fartas provisões de
alimentos, instrumentos de navegação, roupas etc.
— Você está livre! Escolha agora um dos barcos para
fazer a sua longa viagem até o continente —disse-lhe o rei.
Num impulso, ele saltou para dentro do barco que continha
o baú de ouro. Mas ao dar-se conta de que a viagem
ao continente levaria alguns dias, e que poderia morrer
de fome ou perder-se, ele pôs um pé no outro barco. E, nessa
indecisão, permaneceu por alguns instantes com um pé
em cada barco.
Dessa forma, cada barco estava sendo empurrado
numa direção, distanciando-se irremediavelmente um do
outro. Se não escolhesse logo, ele cairia na água, e talvez
isto irritasse o rei. Então, quando suas pernas não suportavam
mais a tensão, o homem saltou para dentro do barco
com as provisões.
O rei acenou, felicitando-o pela escolha, e ele partiu
para viver a sua liberdade.

— É impossível servir ao mesmo tempo ao que é superior
e ao que é inferior. Não hesite em apoiar os seus dois
pés num compromisso de seguir o primeiro.

* A semente lançada ao solo obedece o seu destino e
germina para dar origem a uma árvore, assim como as
flores também não relutam em ceder o seu lugar aos frutos,
os quais se doam como alimento. Da mesma forma, aceite
docilmente a vontade do tempo.
 
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