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É hora de servir-se dos inúmeros bens e recursos que estãodisponíveis.
“Ninguém é tão rico que não tenha nada
a receber. Ninguém é tão pobre que não
tenha nada a dar.” (05)
“A riqueza é adorno da sabedoria.” (05)
OS MINISTROS CORRUPTOS
Um grupo de homens ricos e inescrupulosos ofereciam
secretamente jóias e ouro para persuadir os ministros
do rei a manterem os seus privilégios. E muitos eram os
que sucumbiam ao suborno, passando a trabalhar contra
os interesses do povo.
Um dos ministros corruptos, assim como foi comprado,
também procurou um líder dos operários para oferecer-
lhe dinheiro, o suficiente para viver confortavelmente
com sua família numa colônia distante. Assim pretendiam
desarticular o movimento trabalhista.
Entretanto, apesar da pobreza em que viviam, o operário
recusou a proposta com indignação:
— Lutamos por dignidade, pelo direito de ser gente
em nosso país, e não por ouro. Do que nos adiantariam
riquezas se não tivéssemos mais os nossos sonhos e o respeito
dos nossos filhos e companheiros?!
— A sua atitude foi sábia e corajosa — disse o Mestre
ao operário, quando soube do ocorrido — pois quem põe
um preço em sua alma sempre valerá menos do que os bens
que possui.
Aquele que tem o espírito elevado age de
acordo com a vontade do Universo e tem à sua
disposição todas as suas riquezas.
CONSIDERAÇÕES
- Freqüentemente você só percebe o que tem quando
perde. É preciso observar que está sempre cercado de abundantes
recursos, e utilizá-los na realização dos seus mais
altos objetivos.
- Riqueza ou pobreza é, antes de tudo, um estado de
espírito, em que você se coloca como senhor ou como escravo
dos bens que o cercam.
- O medo de perder o que tem e ficar sem nada, e o
medo de não conseguir ter o que precisa, tornam o rico e o
pobre igualmente miseráveis.
- As coisas mais valiosas são as mais simples, as quais
você tem em abundância.
- Se você está com fome, precisa de alimento, e qualquer
outra coisa que lhe seja ofertada não servirá. Algo só
tem valor se vem de encontro às suas necessidades.
OS PESCADORES(04)
Uma professora estava preocupada com a fome que atingia
os mais pobres do povoado onde lecionava, em virtude
de uma grande seca que persistia já por vários meses. Resolveu
então ir ter com os pescadores para pedir que, ape79
sar da pesca escassa e do risco dos ventos fortes dessa época,
ainda assim fossem buscar alimento para todos.
Um pescador, que só tinha um velho barco, ao saber
da gravidade da situação, imediatamente lançou-se ao mar
dizendo:
— Pode contar comigo! É para isso que estou aqui!
Mas outro pescador, que também só tinha um barco,
justificou-se:
— Este barco é tudo o que tenho, e é com ele que sustento
a minha família. Não posso colocá-lo em risco. Não
poderei ajudar.
— Não tenho culpa se muitos estão passando fome —
aproveitou para safar-se um terceiro pescador, que tinha
quatro barcos novos. - Batalhei muito para ter o que tenho
e não vou colocá-lo a perder para resolver o problema
dos outros.
E completou, com uma ponta de inveja:
— Vá pedir ajuda àquele que tem sete barcos!
Quando, enfim, a professora falou com o pescador mais
abastado, este reuniu imediatamente todos os seus funcionários
e disse-lhes:
— Tudo o que tenho eu devo à generosidade, amizade
e confiança desse povo simples. Vão todos vocês, e
não sosseguem enquanto não conseguirem alimento em
abundância.
Aconteceu que, como há muito não se via, todos os que
saíram para o mar voltaram com os seus barcos cheios de
peixe. Foi suficiente para saciar a fome dos carentes e ainda
vender aos povoados vizinhos, conseguindo um bom pagamento.
Após este episódio, como gratidão, todos passaram a
dar preferência àqueles pescadores que foram solidários e
demonstraram sua amizade. Estes, sim, prosperaram. O
que tinha um barco comprou mais um barco, justamente
daquele que também só tinha um, e teve medo de ajudar.
Aquele que tinha sete, comprou os quatro barcos do pescador
avarento.
— Quem tem muito, pode fazer mais, e por isso mais
lhe será cobrado, como também mais lhe será dado em recompensa,
se agir de acordo com sua responsabilidade.
Aquele que tem pouco, cuide para usá-lo bem, e então conhecerá
a abundância, pois, se quiser guardar o pouco que
tem, perderá tudo.
* Um homem com uma pedra na mão será apenas um
homem com uma pedra na mão, mesmo que esta pedra
seja um diamante.
O PINCEL DE OURO
Um comerciante muito rico resolveu presentear o seu
filho caçula, ainda um menino, com um lindo pincel de ouro,
cravejado de pedras preciosas. Era uma maneira de
incentivá-lo a que se dedicasse à pintura. Entretanto, apesar
dos esforços dos professores contratados para ensinar
essa arte, o garoto não ia além de algumas garatujas. Não
tinha vocação nem aptidão para isso, embora tentasse satisfazer
as expectativas do pai. Mas, depois de alguns meses,
o pincel acabou abandonado no fundo de uma gaveta.
A pedido do próprio filho, o comerciante decidiu parar
de insistir e dar o pincel como um presente ao seu cozinheiro,
que era um pintor nato, extremamente talentoso.
— Eu lhe agradeço por um presente tão valioso! —
agradeceu maravilhado. — Mas, se me permite, ele será
de grande valor, de fato, para garantir a sobrevivência da
minha família. Para captar as belezas da vida e colocá-las
na tela é o meu velho pincel de madeira, e somente ele,
que me deixa à vontade.
- O valor de cada coisa está nas necessidades que pode
satisfazer e nos potenciais e talentos que pode despertar.
* O homem que não conhece a sua grandeza tenta tolamente
ser grande construindo coisas grandes e acumulando
riquezas em excesso.
* Lembre-se sempre de que nenhum dos seus bens de
fato lhe pertence. Eles estão à sua disposição e aos seus
cuidados, emprestados por um certo tempo, para que faça
bom uso.
A condição natural e saudável do ser humano é a riqueza,
pela qual se mantém provido de abundantes recursos
para alcançar os seus mais nobres objetivos.
